sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Corinto

Eram 15h30 min, estava em Chinandega e pensei visitar uma outra localidade. Não sei bem porquê, mas escolhi a cidade de Corinto. É o maior porto de entrada das importações, via marítima, e um dos poucos portos de águas profundas Nicas. Quando ainda em Chinandega entrei numa papelaria para comprar uma garrafa de água (sim papelaria, nesta terra tudo se vende em qualquer lugar), estava a queixar-me do calor. Desde a temporada seca que não sentia tanto calor. A sra indicou-me que em Corinto era ainda pior. Perguntei-lhe porquê, porque sempre associei mar com temperatura mais baixa. Ela não me soube dizer, mas respondeu-me que não tinhan nada para ver, quando lhe perguntei se valeria a pena a visita. Apesar destas duas afirmações, escolhi Corinto para visitar nessa tarde. Poderia ter ficado em Chinandega, voltar a Léon ou visitar outra localidade, mas insisti em Corinto. Julgo que foi a saudade do mar, a única hipótese que consigo racionalmente perceber. Quem nasce e cresce em Setúbal, depois muda-se para Lisboa, inevitavelmente gosta de olhar o oceano e a imensidão de água. Recordo-me a estranheza que me fez quando na Eslovénia conheci uma rapariga da Macedónia, que aquilo que mais queria ver, era o Oceano. Mas nunca viste o Oceano? O meu espanto perante tal afirmação…
E deve ter sido isso que me chamou, mesmo que a terra fosse feia, iria ver o mar!!!

Quando cheguei à praça central em Corinto, senti que estava na América Central!!! Não é o retrato do que tenho visto, mas era o retrato que tinha na minha cabeça antes de chegar à Nicarágua. A cor e a música! E assim fui recebida nesta pacata cidade, com também um enorme movimento de triciclos, nenhum turista, apesar de ser um porto para cruzeiros…

 
 
 
 

Todos me olhavam, com a pergunta: Quem será esta rapariga? Enquanto me sentia observada, percorri a larga praça, onde poucos carros circulam, mas tenho de fugir aos triciclos. Como estes não fazem tanto barulho como os carros, por vezes torna-se uma tarefa complicada. Como qualquer Tuga que vá a um país nórdico, é praxe ser-se atropelado naqueles passeios onde circulam as bicicletas. Ok não são passeios, mas o meu cérebro pensa sempre que si, até que passa um loiro com a criança no guiador, e me quase atropela…Em Corinto são os triciclos…

Ainda na praça central, não posso deixar de mencionar com destaque este grafiti. Na Nicarágua vimos bastantes e gostei particularmente deste!!!


Do outro lado da estrada, encontramos o que à muito tempo foi um estação de comboios, 
 
 
 
 

que caso existissem ainda nesta terra (os comboios), faria todo o sentido colocar os contentores que por ali vemos e despachá-los por essa via. Os contentores encontram-se nos habituais parques, o que não foi habitual para mim, foi a inexistência de uma rua onde possamos chegar até à água. Imaginava uma rua principal, com comedores e várias bancas, onde no final existisse o terminal. 

 

Mas Corinto é diferente e quando cheguei junto ao gabinete da migração, questionei: é possível vermos o mar nesta terra?
O sr chamou-me outro triciclo e disse-me só deves pagar 5 córdobas (17 cêntimos), os condutores gostam de enganar os turistas… e assim enviou-me para o destino. Quando cheguei finalmente próximo da água, o motorista pediu-me 10 córdobas, paguei sem hesitar, estava maravilhada!!

 
 
 
 
 
 

Comecei nestas últimas semanas a fazer mentalmente o balanço da Nicarágua, e até agora não tinha nenhuma pista para partilhar, sobre aquele lugar desconhecido para os viajantes e apenas partilhado pelos locais, o lugar onde o turismo é inexistente apesar da sua beleza, algo que ninguém recomende ou escreva sobre!
Pois a partir de agora já o tenho, Corinto!!

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Passei uma hora entre o pontão e a praia e não consegui parar de fotografar… 

 

Não percorri a enorme extensão de areia, não testei a temperatura da água, não joguei à bola com os miúdos, não me encostei às pedras à espera da onda, não apanhei conchinhas, não pesquei e também não visitei as ilhas em redor, mas experimentei tudo, vendo outros no seu dia-a-dia a fazê-lo e fotografei-o, congelei esses momentos e fiquei para sempre com aquele que foi o lugar que eu descobri na Nicarágua, sem qualquer Guia!!! 

 
 
 
 


Corinto!!!!!



Post by Helena

Sem comentários:

Enviar um comentário