O Cerro Negro foi a minha primeira caminhada na Nicarágua, uma que já tinha visto confortavelmente no sofá, num programa de viagens.
A viagem começa com 45min a 1h na estrada principal que nos leva à base do vulcão e ao Complexo Las Pilas - El Hoyo.
Um dos guias, aqui no Quetzaltrekkers, diz que esta é a sua parte favorita, e tem razões para o indicar. O tempo de viagem varia tendo presente o trânsito (cavalos, bicicletas e bois) ou os buracos que nos levam a circular a 10km/h ou mesmo parar.
Qual a particularidade para subirmos este vulcão? É o mais jovem da América Central, apenas no México, encontramos um mais recente (Paricutín) em toda a América.
A sua primeira erupção foi em 1850 e é o vulcão mais activo, contando já com 23 erupções. Ainda recentemente (durante este mês) foram detectados 45 micro-sismos e os geólogos estiveram no local a estudá-lo, mas em 1995 entrou em erupção sem qualquer aviso. A sua média é de uma erupção a cada 8 anos, a última foi em 1999. Como guia gosto sempre de contar esta história e indicar que talvez hoje, seja o nosso "dia de sorte".
A caminhada demora cerca de 45 min, dependendo do nº de fotos que tiramos e as pausas para a água. Existe um troço marcado ao inicio, mas depois chegamos a uma parte que só temos pedras e temos de colocar as mãos no chão para nos ajudar. Como no final deslizamos até baixo levamos uma prancha nas costas, que não facilita mt, tendo tb presente o imenso vento que se faz sentir e que para quem apenas mede 1,60m faz toda a diferença face à área da prancha.
A parte final é mesmo no trilho da cratera onde de um lado vemos a vegetação que nos circunda, em contraste com as cores secas do corpo vulcânico. Devido à sua actividade o vulcão ainda não tem qq vegetação, daí a originalidade do nome (Cerro Negro).
Quando chegamos ao topo conseguimos ver uma parte do Arco Vulcânico da America Central, que começa na Guatemala e segue até ao norte do Panamá.
S. Cristovão e Telica mais próximo |
Esta formação vulcânica provém do facto de termos 2 placas tectónicas, onde existe uma subducção da placa Cocos sobre a placa das Caraíbas a um rácio de 9 cm/ano.
A Nicaragua é assim atravessada por uma linha de vulcões.
Depois o momento pelo qual ansiamos e fazemos ao sol e com imenso calor esta subida.
A descida (700m), e em apenas 2 min estamos de volta à base.
Só fiz esta viagem 3 vezes até ter uma queda parecida com a que está no video a diferença é que não travei com a mão, mas com o pé o que originou um pequeno estiramento de ligamentos (joelho) que me obrigou a longas horas de séries e filmes em troca de caminhadas, talvez ainda demore mais um mês para caminhar...
Agora o recorde está com este senhor: Eric Barone (172 km/h) , digamos que magoou-se um pouco mais, 5 costelas e 3 meses no hospital.
Não sei se foi no hospital de Léon, mas se foi... ops tb passei por lá...
No fim da viagem vamos até à zona de descanso almoçar e baloiçar numa das redes existentes, qq lugar na Nicaragua tem de ter uma rede :D
O Percurso
Sem comentários:
Enviar um comentário