domingo, 12 de junho de 2011

Esteli

São 3 horas de Léon a Esteli, para menos de 150km, em autocarro expresso, o que nos dá a noção de velocidade nesta Terra…Paramos e paramos, ora porque estão a arranjar a estrada e temos desvios (parte positiva) ou pq deixamos sair pessoas e entrar outras. O conceito de expresso é sempre relativo, neste caso significa que o Autocarro começa em Léon e termina em Esteli…..

Quando cheguei, sabia o hostel em que queria ficar, só não sabia onde era. O terminal fica bem longe do centro, como a maioria dos terminais por estas bandas. Questiono-me se o fazem para evitar o trânsito, se para aumentar o negócio na circulação de táxis, tuc tuc, bicicletas, etc… A ideia de afastar o trânsito faz todo o sentido, agora numa terra que é atravessada pela Pan-Americana, com dois terminais, um em que seguem os veículos para o norte e outros para o Sul, porque estão "colados" e não em extremos opostos?? Lobby!!!!

Quando estava a chegar o taxista indicou-me que me deixaria próximo pois a estrada está cortada devido à feira. Feira?? Ok vou espreitar… Tive a pontaria de escolher o fds em que se realizava a Feira da Terra, com concertos, teatro, danças e as habituais comidas e tendinhas. Engraçado como a feira era exactamente igual a qualquer feira que temos em Portugal, as mesmas tendas, a vender os mesmos fios, as pulseiras para escrevermos o nosso nome, a maçã assada (atenção cada maçã aqui custa 1 euro no supermercado, produto importado = mt caro), pipocas, balões e os habituais comes e bebes, onde aproveitei para jantar. Porco na brasa, não é que me sabia mesmo a porco preto :D

 
 
 
 
 
 
 

No dia seguinte (domingo) aproveitei para visitar a cidade, uma vez que depois seguiria para a reserva de Miraflor. A cidade não é muito grande, mas cresceu em torno da Pan-Americana, logo é bastante comprida, mas pouco larga. Uma grande parte das estradas interiores não é alcatroada. Tem outra avenida que segue paralelamente à Pan-Americana, onde muito do comércio está localizado, depois são na sua maioria ruas com habitações.

Na visita â cidade comecei por percorrer a rua onde encontramos colados, a Galeria de Heróis e Mártires, o museu de história e arqueologia e a casa da cultura. Só a casa da cultura estava aberta, os restantes fechados. (No entanto quando regressei de Miraflor tive oportunidade de visitá-los. A primeira é dirigida pelas mães de jovens, que foram assassinados na guerra nos anos 80. A galeria dispõe de algumas fotos e pertences pessoais. É impressionante a quantidade de crianças, pois na sua maioria nem vinte anos tinham, que foram mortos na guerra. O museu de história e arqueologia, volta a mostrar algumas fotos de guerra, armas, petróglifos e pintura contemporânea...em 9 m2 de galeria. Alteramos o conceito de museu nesta Terra :D )
A casa da cultura dispõe de um dos muitos murais de Esteli, diria que esse mural é o mais marcante, também ele alusivo à guerra. Este país está bastante vincado com as feridas da guerra e em Esteli, em tempos Sandino e novamente na guerra dos Contra (anos 80) muitos se abrigaram nos seus arredores, nas montanhas.


 

Não estranho por isso que tenha uma unidade militar enorme que mais uma vez tem o seu muro preenchido com pinturas alusivas à liberdade e aos heróis nacionais.

 
 
 

Essa unidade fica na Pan-Americana, onde a agitação e a movimentação é constante. Estamos habituados a que tudo se venda na Nicarágua, pois aqui tudo é exponencializado e desde simples vendedores que correm de autocarro em autocarro, entrando num extremo e saindo no outro, depois de satisfazer os esfomeados passageiros…a muitas oficinas, discotecas, casinos e as habituais bancas de comida e bebidas. Bicicletas, motas, carros, táxis, camiões, autocarros, carrinhas, pessoas, todos circulam na sua velocidade máxima!

Durante 30 minutos....
 
O único dono da banca...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caminhou comigo entre Autocarros..
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
Quando regressei de Miraflor tive ainda oportunidade de visitar uma das muitas (cerca de 80) fábricas de puros (Charutos), um dos principais empregadores em Esteli. Nesta fábrica e nas restantes apenas a capa é importada (a última folha que cobre o charuto) sendo as plantações de tabaco um dos principais cultivos locais. Todos os charutos são feitos manualmente e quem os trabalha recebe consoante a sua produtividade. O preço de venda é de 1 dóllar por charuto e o valor que cada trabalhador recebe (os que manualmente enrolam os charutos) é de 1 dóllar por cada 30 charutos que fazem, numa média de 400 a 500 charutos por turno de 8 horas. No entanto para cada charuto estão envolvidas umas dez pessoas, desde o que constroi a caixa, até ao último que o coloca na mesma, sendo estes pagos a um valor fixo 150$ por mês….Vantagem : dentro das instalações podem fumar os quantos charutos quiserem…..
(Atenção - seguro de saúde não incluído!!!)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


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Post by Helena

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